SWAN LAKE
Escolhi essa foto por que me trouxe lembranças deste semestre.
A arte esteve presente em nosso curso desde o início com o quadro de Pieter Brueghel JOGOS INFANTIS (1560) e também na primeira Prova, na qual tinhamos que relacionar as temáticas com as obras de Hélio Oiticica, fora alguns slides mostrados pelos professores com obras de Da Vince e Esher. A garota sentada a beira do lago traz a mesma virtude que todas as crianças possuem a inocência em seu quadro Pieter Brueghel mostra crianças (ou adultos) brincando, trazendo de volta essa essência que algumas brincadeiras nos proporcionam, a inocência. O jogo nos proporciona isso, Huizinga em seu livro Homo Ludens, nos mostra que o jogo está presente em tudo, apenas temos que apontar nosso olhar para determinados fatos. Ele aponta características como espontaneidade, regras, liberdade, prazer, tensão... a garota sentada na beira do lago, além de me passar delicadeza, nos leva a uma outra dimensão assim como outra característica do jogo, a sensação de liberdade e uma certa tensão em seus olhos. Apesar da esfera lúdica estar mais presente entre o jogo fotógrafa - fotografada, quis mostrar que através de argumentos e de um certo olhar existe a ludicidade.
O corpo dela me traz a esfera da Cultura do Corpo (Jocimar Daolio,1995), ela misturou duas linhas de pensamentos da Educação Física, posou para a foto usando a técnica do ballet ao ficar na ponta dos pés e a da cultura corporal ao ceder a vontade do corpo por estar naquela posição, livre, sem postura, tão exigida pela dança (Ballet). Aparentemente ela está em um parque, clube, nos parques e clubes são onde se encontram as diferentes práticas desportivas, que podem estar classificadas de várias maneiras, por suas características: radicais, intelectuais, tradicionais... (Tubino) e modo de aplicação (Darido) onde foca em dimensões atitudinais, trabalhando atitudes, procedimentais, procedimentos (prática) e conceituais, conceitos. Mas Bracht faz uma crítica em seu texto "A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista" no qual o esporte que é trabalhado em clubes ou parques de forma tecnicista está sendo trabalhado em escolas, o que segundo ele é errado, pois valoriza poucos, ou seja, apenas aqueles que se destacam em determinadas práticas se destacam, quebrando com muitos conceitos pedagógicos trazendo a exclusão e não a inclusão e deixa em aberto que o necessário é a inclusão, que na escola devemos trabalhar de uma forma mais cooperativa, e menos individualista. A solução para isso seria jogos cooperativos, a mesma idéia de Brotto (1995), pois o jogo além de trabalhar em uma esfera mais livre e espontânea é diferente do esporte de alto rendimento em vários aspectos, como a necessidade exagerada do desempenho e da vitória.
A menina me transmite dúvida, algo imprevisivel: ela está dançando? está feliz ou triste? ela vai pular no lago? é uma foto não linear. Uma bailarina, aparentemente profissional, ao mesmo tempo que técnica, natural. Um corpo total livre de paradigmas certos. Ela trouxe para o que quer que ela esteja fazendo na beira do lago, não só sua experiência como dançarina, mas o corpo social e cultural, o corpo total que vai além da técnica mas os sentimentos, fazendo dela um ser muito além do físico, um corpo total. (Jocimar Daolio, 1995).
Na foto ela traz a dança de uma maneira explicita ao usar sapatilhas e ficar na ponta dos pés, mas para ela conseguir alcançar esse nível foi necessária a luta que não foi entre outras pessoas nos tatames como nas artes marciais, mas sim contra seu próprio corpo, seus pés.
É engraçado como a arte tem um poder de nos cativar, e passar ideias apenas com fotos, ou pinturas ou até mesmo esculturas, no caso na foto encontro fantasia, mito, sentimento como o rosto dela expressando uma sutil tristeza, no mesmo contexto as Olímpiadas se fez, mas com a intenção da integração, união, o sentimento de paz e alegria, cheia de fantasia e mito, que nos tempos de hoje ainda nos traz felicidade, ainda na fantasia abordo o tema video-game, a forma mais lúdica possível de aprender em outra realidade, talvez quando fujamos de nosso mundo (característica lúdica) o aprendizado melhora, talvez por não ter problemas para se preocupar.
Ainda na dúvida de qual seja a intenção da garota na beira do lago, abordo a ideia do nado, tivemos uma vivência aquática na qual nos proporcinou o aprendizado do boiar e se deslocar na água, ocasionando o nado, talvez a intenção dela seja esquecer de tudo e pular no lago.
Portando a arte nos traz para uma realidade própria onde nós nos conectamos com a obra e seus artistas pois são corpos TOTAIS e suas artes possuem influencia destes corpos. E através disso ocorre a mudança, entendemos a conexão quão forte é entre as coisas, a expressão do artista perante ao espectador, da bailarina e de tudo relacionado ao ser... humano.