O jogo é algo livre e espontâneo (HUIZINGA, 1955, cap. 1) o esporte de alto rendimento ou é profissão ou é uma competição com interesse material. De primeira instância pode até se livre, mas ao decorrer da prática se torna obrigação (treinos, campeonatos, etc).
A liberdade existente no jogo e a falta de interesses é visível, diferente do esporte que movimenta grande quantidade de dinheiro e encara os praticantes como objetos pra proporcionar a entretenimento através das mídias. Encontrei uma citação no artigo do Dr. Luiz Alberto Pilatti :
"É difícil precisar quando e como exercícios corporais, utilizados sob formas ancestrais de jogos (tradicionais, populares ou religiosos), passatempos e esportes, tomaram formas complexas de máxima rentabilidade, contemporaneamente apropriada pela indústria do entretenimento com a formatação de esporte moderno. Essa passagem designa, sem dúvida, um fato novo, que se identifica como um processo complexo, diretamente ligado à utilização do tempo e ao capitalismo (GEBARA, 1994)."
Mostra uma opinião muito parecida com a de Valter Bracht em seu texto: A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo...capitalista. Do problema do atual esporte estar ligado ao capitalismo. Essa visão crítica mostra o problema causado pela grande influência das mídias nos próprios profissionais de Educação Físicas e seus alunos nas escolas, trabalhando apenas esportes no formato tecnicista, proporcionando o individualismo, a visão não crítica ao seguir regras sem questionamentos, etc.
Outra informação contida nessa citação é: O jogo surgiu primeiro. Os esportes surgiram dos jogos e logo se tornaram um "mercado" perdendo grandes características lúdicas: Como o surgimento de federações e juízes determinando regras, tempo e espaço como função mundial.
O prazer e a tenção se resumem a momentos, pois os treinos são cansativos e os técnicos exigem rendimento predominando a tenção. O prazer é apenas na hora da prática, mas ele só continua se vencerem o jogo, para assim poderem continuar no campeonato, ganharem novos patrocínios e novos salários.
As semelhanças aparentemente são nítidas se não pararmos para analisar que o esporte é muito mais profissão do que curtição e lazer como o jogo é.
imagens que representam o atual esporte:
nem sempre à prazer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- GEBARA, A. O tempo na construção do objeto de estudo da História do esporte, do lazer e da educação física. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DO ESPORTE, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA, 2., 1994, Ponta Grossa. Coletânea... Ponta Grossa: Universidade Estadual de Ponta Grossa, 1994. p. 175-189.
- HUIZINGA, J. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1938.
- BRACHT, V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo...capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 62-68, jan. 1986.
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